28.1.10


6 comentários:

pedro oliveira disse...

Caro TZ,

Como sabe a placa que refere está incorrecta.
A PIDE não existia em 1974.
Ora uma inexistência não pode disparar contra ninguém.
Em 1974 existia a Direcção Geral de Segurança criada pelo decreto-lei 49401 de 24 de novembro de 1969.
Tanto a PIDE como a DGS são orgão repressivos republicanos... cuja existência (a república) será comemorada a partir do próximo fim de semana.
Fui dos primeiros a insurgir-me contra as faustosas comemorações republicanas como estará recordado.
Comemorar desgraças...

TZ disse...

Pedro,
Se era PIDE ou DGS, para o caso pouco importa. Felizmente não tive que conviver com essas hediondas organizações, mas sempre ouvi falar dos pides, e nunca dos dgs'ss, ... e foram mesmo pides que mataram, à porta da sua sede na "António Maria Cardoso", quatro pessoas, as únicas vítimas do 25 de Abril.
Deixar que a sede da PIDE/DGS fosse transformada num conomínio de luxo é uma vergonha para a memória nacional. Haver o requinte de remover a placa em apreço é só uma estupidez...
A visão da República - "causa de todos os males", parece-me exagerada e a defesa da Monarquia para Portugal um anacronismo que não consigo compreender. Nem vou relembra-lhe os defeitos da Monarquia reinante a 1910... Reconheço a necessidade de lembrar o passado, nomeadamente os momentos mais importantes da nossa História, independentemente da bondade de regimes. É nosso dever saber percorrer os "caminhos da memória".
Abraço

pedro oliveira disse...

TZ,

A placa como objecto estético e histórico não tem grande significado, preservar a memória sim, é importante.
Não me choca a transformação da sede da pide/dgs num condomínio de luxo.
Dever-se-ia criar qualquer coisa que recordasse a vida, a liberdade naquele local, talvez um mural (que remetesse para os murais do MRPP) feito em graffitti (temos excelentes artistas nessa arte).´
Quanto à monarquice defendo-o, fundamentalmente, por duas razões:
1. Económicas
2. De representatividade
A monarquia é mais (muito mais) barata que a república.
Um monarca funciona como um pólo aglutinador, um referente nacional (o Rei de Espanha, por exemplo); um presidente da república é sempre o cabecilha duma facção (Soares x Cavaco; Cavaco x Sócrates).
Quanto à suposta «falência» económica da monarquia no principio do séc. XX, todos os estudos sérios a desmentem.
Muitas balelas são hoje apresentadas como factos históricos quando na prática foram propaganda republicana.
A «piolheira» de D. Carlos é um exemplo; nunca foi encontrado um documento onde o monarca designasse assim o seu reino, o que não deverá espantar ninguém... se Portugal fosse uma piolheira, D. Carlos seria o Rei dos piolhos.

Quanto ao não termos convivido com as hediondas organizações, ainda fomos a tempo de viver os «anos de brasa» onde a política era levada a sério e onde os conceitos de justiça e de injustiça, de esquerda e de direita estavam bem arreigados.
Recordo que tinha 12 anos (estudava em Tramagal na «escola velha» atrás do posto da GNR que na altura ficava na nacional 118) quando Sá Carneiro morreu.
Recordo que na altura chegaram a existir conflitos físicos entre alunos motivados ideologicamente.
Não estou a ver os miúdos d´hoje a andarem à pêra por causa do Sócrates ou da Manuela Ferreira Leite.
Um abraço real (embora virtual)

TZ disse...

...mas, se bem me lembro, foi por causa dos gastos da família real, e de governos ditatoriais, que a monarquia caíu. Já então se gastava mais do que havia...
Mas o argumento económico nem convem discutir, pagaremos o necessário por liberdade e bom governo...
Agora como é que se consegue achar que um rei é mais representativo de um povo? Veja-se o nosso último rei, era um rapazito a quem de repente disseram que era o "chefe de estado", representava apenas uma regra de hereditariedade,... um homem saido de uma eleição democrática em que tem que reunir mais de 50% dos votos não é mais representativo?
Abraço, Bom dia!

João Baptista Pico disse...

Reuniu mais de 50 % de votos entre os eleitores republicanos, o que torna esses 50 % relativos e sustentados em muito marketing político e nos media.
Depois nos 100 anos da República, tivémos 48 anos em ditadura, não foi?!
Mais a anarquia dos primeiros 15 anos e os 35 de Abril, que nos colocou nas mãos de agências de "rating" e se não fosse o "rating" ainda todos os repubicanos diziam a esta hora, que estávamos mesmo muito bem...
Para comparar a Republica com a Monarquia, talvez dividir os 800 anos da Monarquia em oito fatias de cem anos, e logo a fatia de 1480 a 1580, nunca venha a ser alacançada mais por outra fatia da República. Nem a fatia de 1141 a 1241, em que triplicámos o tamanho do rectângulo...
De 1380 a 1480 foi sempre a crescer numa meta-globalização pioneira no mundo.
De 1808 a 1908 fomos invadidos por Napoleão, começámos a Pátria do zero, criaram a guerra-civil Liberal e assassinaram o rei e o príncipe herdeiro.
Mas a partir de 1911 o que sucedeu?

Lamacheira e Barca disse...

ai estão quatro nomes, não de herois (que não os deixaram ser), mas de martirs da liberdade que não figuram nos livros das escolas e portanto o "Zé Povinho", na maioria, não conhece. São nomes que convinha conhecer... digo eu.