7.5.09

Massa de água de superfície (I. body of surface water)
Tal como está consignado na Directiva da Água da União Europeia, é uma massa distinta e significativa de águas de superfície, como por exemplo um lago, uma albufeira, um ribeiro, rio ou canal, um troço de ribeiro, rio ou canal, águas de transição ou uma faixa de águas costeiras.
De acordo com esta directiva, até ao final de 2009 devem ser programadas medidas para:
Prevenir a deterioração, melhorar e restaurar o estado das massas de água de superfície, assegurar um bom estado químico e ecológico das mesmas, bem como reduzir a poluição proveniente das descargas e emissões de substâncias perigosas;
Proteger, melhorar e restaurar as águas subterrâneas, prevenir a sua poluição e deterioração e assegurar um equilíbrio entre a sua captação e renovação;
Preservar as zonas protegidas.
Essas medidas devem ser executadas até 2015, atingindo-se então o bom estado das massas de água exigido pela legislação aprovada.
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O troço do Rio Tejo compreendido entre o açude de Abrantes e a foz do Rio Zêzere constitui uma massa de água de superfície.
Apesar do relativo bom estado desta massa de água, há ainda muito que fazer para cumprir algumas exigências da legislação e alcançar objectivos de excelência para a sua qualidade química e ecológica, garantindo os bens culturais associados e os usos necessários ao desenvolvimento sustentável.
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A massa de água do Tramagal tem uma situação geográfica especial: está no principal rio da Península Ibérica, no "centro geométrico" de Portugal, ... ;
É o troço do Tejo mais a montante de entre os não afectados por qualquer tipo de barragem;
Tem características semelhantes a muitas massas de água da Europa;
Possui uma estação hidrométrica com um importante registo de dados;
É uma massa de água sem grandes problemas derivados da intensidade demográfica, ou económica, nem históricos de poluição excessiva, apesar de integrar um rio em que há toda a diversidade de alterações às condições naturais da sua água: no Tejo há metrópoles, centrais nucleares, agricultura intensiva.
Estes e outros aspectos levam-me a pensar que era muito interessante que o nosso Tejo, este que temos do Caneiro a Constância, no âmbito da gestão da água fosse considerado como uma referência, um indicador, um observatório, uma "massa de água padrão", um exemplo.
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São 13768 metros de rio, medidos no Google Earth
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Fontes:

2 comentários:

RL disse...

Em tese, um trabalho de excelência, com a virtude de a sua leitura me relembrar continuas tardes de grandes férias nele mergulhando e na obrigação de partilhar um pequeno pormenor:
- Quando estupefacto me deparei em Viena de Áustria com a despoluição de um dos “dedos” do Danúbio que a atravessam (e percebi o porquê do Azul), rio que em outras capitais Europeias a montante vi (e cheirei) de um pastoso acinzentado, e aqui (lá) purificado de tal forma que nas suas margens se praticavam todos e mais alguns desportos náuticos, pensei: Um exemplo.
Forte abraço TZ.

TZ disse...

Um exemplo a seguir. É possível fazer-se. Os austriacos devem ter gasto um dinheiro nisso, mas não foi por isso que ficaram pobres. Estava a escrever um post em que falo de uma terra onde visitei uma ribeira que andavam a pôr às curvas, a "renaturalizar", um dinheirão... No Tramagal sai muito mais barato, mas se nada se fizer, se não "formos aos fundos" da UE depressa, eles ainda limpam o Danúbio todo primeiro do que nós um troço de Tejo.
Abraço