1.2.09

Estive a ouvir a entrevista de Maria do Céu Albuquerque, candidata do PS à Presidência da Câmara de Abrantes, à Rádio Tágide (a entrevista está , passe a publicidade). Não foi desagradável. Um entrevistador suave, uma entrevistada que fala bem, redondinho, certinho, renovando continuação a todo o momento.
Porque é que os jornalistas locais não concretizam as questões de forma mais comprometedora para os entrevistados, numa área, o poder local, em que a população tem especial interesse pelo concreto? Será para não ofender receita da imprensa local?*
A entrevistada nem por uma vez disse Tramagal, e para além da cidade de Abrantes, não me recordo de se referir directamente a outro lugar do Concelho, que é grande, de 713 Km2, mais de 10% do distrito, de 19 Freguesias, disperso...
No balanço de 35 anos de PS a gerir o Concelho, é muito tempo, identificou duas fases: a da infraestruturação e a dos equipamentos.
Em relação à primeira, reparei que exagerou no retrato da situação inicial. A electricidade chegou à Pucariça em 1972 ou 1973, em 25 de Abril de 1974 os principais lugares do Concelho já tinham água, esgotos, electricidade, escolas, ...
Em relação à segunda fase, a dos mandatos do Dr. Nelson de Carvalho, reparei que concretizou exemplificando com alguns equipamentos criados, na sua quase totalidade na cidade e seus subúrbios, mas, talvez pela sua juventude, não se lembrou dos muitos equipamentos perdidos: piscinas, salas de espectáculos, campos de jogos, cinemas, estações ferroviárias... Em Tramagal já houve um Parque Infantil.
A sua visão, para 12 anos, parece igual mas é diferente. Vem embrulhada em meia dúzia de planos e uma agenda, que ainda se hão-de ligar. Vem à procura de coesão, qualidade de vida, igualdade de oportunidades, mais indústria... Anda à procura de slogan.
Sim, queremos viver melhor, mas fiarmo-nos na crise para que surjam as oportunidades?... Gostava que tivesse prometido: um novo PDM até ao final de 2010, a ponte do Tramagal, investimentos na gestão florestal, a eficiência dos Serviços da Autarquia, a oferta de condições excepcionais para a captação de investimentos (por ex. redução ou isenção de taxas, celeridade nas apreciações, redes), reforço do apoio aos idosos, excelência nas escolas... Sim, com "rigor e cautela".

*Alguém me arranja uma listagem das adjudicações da CMA à imprensa?

2 comentários:

Anónimo disse...

De Abílio Pombinho

Meu caro TZ:
A análise que fez ao conteúdo da entrevistada quero dizer-lhe que estou completamente de acordo. De facto isto é mais do mesmo e verdadeiramente acabou por manifestar um estilo seguidista que prova um vazio completo de iseias e obras com vista à melhoria das condições de vida dos municipes de Abrantes.
No seu comentário apenas discordo no que se refere ao entrevistador. Num meio como o nosso, e sem querer fazer a defesa do MRF, é extraordinariamente complicado actuar como se de uma rádio nacional se tratasse. Da agressividade, ou falta dela, há dias assim, mas, parece-me o intuito da entrevista tinha como objectivo o anúncio da candidata num espirito que se enquadra na filosofia editorial da rádio.
No entanto, e a propósito da tipologia empregue nas entrevistas, remeto-o para a entrevista que o MRF fez a Nelson de Carvalho em 13 de Dezembro relativo aos 15 anos de mandato PS em Abrantes. Com a duração de 50 minutos, revistou esses mesmos 15 anos, e a excelência da entrevista redundou numa pergunta final que muito poucos teriam tomates para a fazer e que incidiu numa questão sensível em que o ainda presidente é arguido por questões da Câmara e à qual respondeu duma forma como antes nunca ninguém tinha sequer ousado pensar que o fulano se baixaria tanto.
Portanto, meu TZ, o Prós e Contras umas vezes é bom, outras assim assim, e outras não presta para nada.
Há um dado que não podemos escamotear: a Rádio Tágide apenas está sediada em Tramagal. E curiosamente a sua maior fatia de facturação publicitária do qual vivem os seus funcionários é de fora de Tramagal.
A finalizar julgo que seria importante poder haver em Tramagal um simpósio ou um colóquio que englobasse as mais diversas sensibilidades tramagaleiras, os que residem cá e especialmente aos que sendo de cá residem fora e que em minha opinião teriam muito a receber em termos de uma melhor actualização do que neste momento é a realidade da nossa terra.
Um abraço e desculpem qualquer coisinha.
Abílio Pombinho

Anónimo disse...

Nem mais, nem menos...na mouche. Bravo.