Se a memória não me atraiçoa, em meados de 86, do século
passado, uns ‘putos’ soldados, pisgavam-se do quartel em Tancos rumo à Vila Convívio,
mal dispersavam da formatura sob rígida ordem militar, ainda envergando puída farda
nº2. Voavam baixinho, encafuados num esforçado Renault5, que nem venerado bólide
do Santinho Mendes, arrepiava os pneus em curvas incontáveis de mortiços traços
contínuos, cujas secantes até as cálidas tágides águas que do fundo das ravinas
espreitavam, enfunavam. Um dos camaradas, mal escondia a urgência da saudade do
beijo da cachopa, que convicto lá o esperava, outro, o ao volante da máquina,
espelhava stress, ciente das exigências que o aguardavam para abrir a porta obrigatória
do D’El ... e cá o rapaz, urgindo pegar nos vinílicos lá da casa paternal para
os por a rodar no éter, em pontualidade indesculpável de sol posto, num cubículo
que mais não era do que a decrépita cabine de projecção de uma outrora esplanada TTL de êxito cinematográfico,
onde ainda se podia fumar e estava equipada com dois “pratos” e pequena mesa de
mistura…fascinante! Chamava-se o programa radiofónico, “Fumo do Tramagal”,
coisa que me feriu o bichinho do ouvido, após todos estes anos, ao espremer
velha cassete, cujo registo no passado fim-de-semana ressuscitou em descontinuado
museológico leitor.
9.4.19
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário