11.6.10

A Gália dos tempos modernos

A propósito das festas de Abrantes e aquando da apresentação do programa, por mim aqui apresentado, surgiu uma actividade que me despertou alguma interrogação. “Caça ao pato” – “afinal o que é isto” (perguntei eu na altura). Lá me informei da existência desta actividade tradicional no Rossio ao Sul do Tejo, onde patos são largados ao rio e quem os apanhar fica com eles.
Primeira questão: As festas não são da cidade de Abrantes?
Segunda questão: O que fazem tradições de freguesias no cartaz das festas da cidade?
Terceira pergunta: Não quererão nenhuma tradição de Tramagal para compor o cartaz?
Adiante,
Ontem chegou-me a resposta á segunda pergunta.
Numa alusão aos tradicionais Jogos Romanos, transformando o Aquapolis num autentico Anfiteatro Flaviano, onde os nossos “gerentes” desempenharam papeis de representação, baseados nas imagens de Tito e César (imperadores romanos), e do alto das suas galerias assistiam ao povo que se jogava ao rio na busca de agradar aos regentes, apanhando o pato e amealhando 25€ pela coragem de entrar nas águas frias e com o tempo de chuva, vencendo a feroz ave que dava boa réplica dentro de agua.
Tal conduta, parece-me a tradução do gozo pelas dificuldades com que se debate o português comum, subjugando-se na ânsia da esmola da mão do seu Amo, que assiste deleitado do alto do seu cadeirão.
Podemos então reconhecer a cidade como o Império Romano de outros tempos, restando-nos a nós desempenhar o papel de gauleses defendendo a sua Gália, mas sem a Porção Mágica.

2 comentários:

Joaquim disse...

J.P:
De facto é engraçada esta ética das festas do cabeço:
O ano passado fizeram a caça ao pato do lado norte, e o que aconteceu?
Os do lado Sul (Rossio) assobiaram,gritaram e diziam que a festa da caça ao pato era uma tradição do Rossio e não de Abrantes!!!
Ora, este ano, para os calar toca de fazer a caça ao pato do lado de onde era a tradição.

Paulo Gonçalves disse...

...e os patos, o que dizem?