21.5.10

Escola
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Ouço diariamente professores a dizer que os alunos "cada vez sabem menos" e que é difícil ensiná-los. Embora isso não seja fácil de demonstrar estatisticamente, creio que o nível médio de conhecimentos tem regredido, nomeadamente no domínio de competências fundamentais nas áreas da língua portuguesa, matemática, história, geografia ou dos "trabalhos manuais".
A escola evoluiu muito nos últimos 30 anos, cresceu - alunos, professores, funcionários e instalações - mas talvez não se tenha desenvolvido bem. A explicação não está só dentro dela, a deficiente adaptação da "nova escola" ao ambiente também justifica os problemas que hoje se vivem no sistema de ensino.
Muitos estudantes questionam-se sobre a utilidade do que os "obrigam" a estudar e parece não entenderem que a aprendizagem das matérias leccionadas lhes permitirá enfrentar melhor o futuro.
Desde o tempo em que Cavaco Silva foi Primeiro-Ministro, pelo menos, há 25 anos, que se percebem problemas de qualidade na escola portuguesa. Não tendo o País recursos naturais abundantes é óbvio que "a nossa principal riqueza são os recursos humanos", mas passado tanto tempo a actual crise económica veio evidenciar a fraca produtividade nacional.
É urgente um "esforço" para melhorar o nosso desempenho, porque o deficit de conhecimento é o grande problema da nossa economia e parece faltarem oportunidades para o recuperar. É preciso discutir a forma de o fazer e parece-me vantajoso que essa discussão se centre mais no estudo de soluções simples para os problemas que se podem resolver na autonomia das escolas, do que nas "grandes questões" do "parque escolar", das "carreiras", da "alta pedagogia" ou "orçamental". No sistema de ensino gasta-se muito sem ser a ensinar...
Algumas propostas: a) maior rigor - não pode haver  "falsas escolaridades" (passar pelo sistema sem obter as respectivas qualificações); b) clarificar os estatutos e aumentar o nível de cumprimento das regras; c) reponsabilizar a família na educação formal e informal dos seus educandos; d) reduzir a burocracia escolar; e) dimensionar e organizar melhor as turmas e horários da escola; f) reduzir a carga horária em actividades do tipo "aula de formação cívica", "aula de estudo acompanhado", "aula de área escola", "aula de substituição", etc.; f) proporcionar aos alunos o contacto com "realidades diferentes" daquelas em que vivem; g) promover a utilização dos novos meios de comunicaçao; h) reconhecer o mérito e a competência;...
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Ontem houve conhecimento da "criação da primeira célula viva com genoma sintético". Foi na escola que a imagem de cima ilustra que aprendi o que era uma célula e me entusiasmei pela curiosidade sobre "a essência da vida". Foi-me ensinado pelo professor Albano.
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O Tramagal é bom exemplo de como o investimento em formação, incentivado desde os primórdios da industrialização, há 100 anos,  foi o garante fundamental do desenvolvimento da sua população.
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(em construção)

2 comentários:

D´Atalaia disse...

Amigo TZ

Àh pois foi!!!O Tramagal foi defacto aquilo que diz...(O exemplo de como o investimento na formação é fundamental para o desenvolvimento das populações)!...Só que quando se acabava a 4ªclasse começava a educação pelo trabalho e se quizesse ir mais além,estudava de noite.Agora?...ÁhAHAH, ai Jesus Nª Senhora!!! Pintam paredes,estragam o património,metem-se no alcool e outras coisinhas e depois começam a trabalhar com a idade da REFORMA.

Cumprimentos

D`Atalaia

João Baptista Pico disse...

Só acrescentaria AO ATALAIA, mais isto:
-havia professores que sabiam ensinar poucas coisas, mas que acabavam por ser as coisas mais necessárias para a vida...
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Hoje não se contraria muito os alunos e não vá aparecer pela escola a mãe, o pai e o avô a defender o bétinho do menino mimado, muitos professores já nem dizem nada...