28.5.09

Julgo que vale a pena debater o projecto MIAA, de forma construtiva, para perceber se é de construir. Está aqui mais informação e prepara-se uma exposição. Genericamente, gosto do projecto de arquitectura mas tenho as maiores dúvidas sobre o projecto de museu, a sua sustentabilidade, a oportunidade do investimento e o interesse para o desenvolvimento local. Julgo necessário ao debate a divulgação do planeamento financeiro e institucional.
O Museu Nacional de Arqueologia tem uma atribulada história, passada e recente, com interesse como termo de comparação. Verificando o empenho(€?) do Ministro da Cultura neste projecto, como se estará a pensar a relação Ibérico/Nacional?

9 comentários:

Anónimo disse...

Debater o quê? Factos consumados de uma mania do ainda presidente?! Nem pensar. Aqui em Tramagal há tanta coisa a debater e ninguém liga quanto mais uma coisa que não é nem mais nem menos uma feira de vaidades.

João Baptista Pico disse...

A construção em altura não me fere muito a sensibilidade, pois a altura é - deveria ser muito mais acarinhada - porque a altura quer se queira quer não, é uma matriz fundacional na cidade de Abrantes.
Abrantes nasceu pela altura do seu Castelo e a partir daí nada mais há a opôr.
Talvez, lembrar que o Teatro de S. Pedro também é um caixotão e tapume para o Castelo quando encarado de certa visão de poente da cidade...
Como "caixotão" sem janelas ou com uma só janela em cada piso (cinco pisos - de zero a 4 - acima do solo e dois em cave), com pés direitos ( diferença entre o nível do soalho e do tecto, para abreviar explicações desse conceito técnico de pé direito) de cerca de 5,5 metros por piso, não gosto nada do projecto.
Mas pior que tudo isso é o desenvolvimento dos dois pisos de cave, que se prolongam demasiado para sul/este e formam um tapume para poente,( Jardim da República) de onde não há uma única entrada ou saída refira-se.
A cota de 149,00 do piso -2 a sub-cave, está sensivelmente, ao nível do meio da subida da Rua 17 de Agosto, a que sobe do Largo Avelar Machado para o Jardim da República. Ora é por aí que se podia ou devia entrar e sair, se queremos inserir o dito Museu no Centro Histórico.
Portanto o Museu está acintosamente implantado de costas para o Centro Histórico, leia-se de costas para os Largos Avelar Machado e Largo Barão da Batalha e Jardim da República.
O piso -1 tem o tecto logo abaixo da soleira da actual entrada principal da Biblioteca António Botto. E despreza em absoluto todo esse terraço que se desenvolve para ambos os lados dessa entrada da Biblioteca, aspecto estranho em termos de inserção do museu na vivência do Centro Histórico, pois como se compreende facilmente, havendo um jardim com a faculdade atractiva e centralizadora e de grande referência e identidade com o Centro Histórico, como é o caso do jardim da República, surpreende e revolta-me ver essa possibilidade de harmonização do piso -1 com o dito Jardim da República, completamente destruída.
O terraço e varandim frente à entrada da Biblioteca se fosse aproveitado no subsolo gerava um acesso ao nível de todo o piso do próprio Jardim da República. Aqueles muros que todos nos habituámos a ver com umas grades de corrimão podiam albergar as galerias mais agradáveis viradas ao dito jardim. Isso era fundamental para a articulação e harmonização do museu com o Centro Histórico.
A implantação tal como está, só visou voltar-se para os acessos a sul/este, o que significa na prática voltar as costas ao Centro Histórico- que acabará num guetto!
Assim colocadas as coisas, teremos mais uma muralha a fechar e a isolar o Centro Histórico.
Dado os valores em curso até admitia uma passagem inferior do trânsito na cabeceira sul/este do Jardim com entrada a meio da subida da Rua 17 de Agosto frente ao Jardim do ainda Politécnico/ESTA.
Tudo isto para dizer que não me pertuba a altura do edifício, mas não a acho necessária, e até é contraproducente, não tanto pelo impacte, mas pelo desperdício e o isolamento que cria com o Jardim da República e todo o Centro Histórico, quando o corpo do museu se estende bastante em dois pisos em cave (-1 e -2), para sul e leste.
Estando o Convento num alto, o que era necessário seria abrir "entradas" e acessos pedonais virados para o lado do Jardim da República, tanto mais que a Rua 17 de Agosto vai a subir e permitia um alargamento da metade superior dessa rua para dar maior grandeza de exposição das galerias subterrâneas e harmonizar o dito museu com as acessibilidades do Centro Histórico.
O comércio local muito agradecia!

Anónimo disse...

Haja taxas e tarifas.

Anónimo disse...

Como vila ribatejana apostaria mais na horizontal. Tem mais a ver com planícies....

Anónimo disse...

Isto, se viesse o tão bem dito Museu para o TRAMAGAL.

João Baptista Pico disse...

Horizontal?! Há alturas para tudo...
E para o Tramagal, vá lá, vem aí o outro de Carrilhão...

Horta F disse...

Ca' esta' o ultimo legado do Presidente, o "monstro" Iberico.
Atencao, que nao sou contra a criacao de um museu no edificio historico de Sao Domingos. Nao. Eu sou contra as megalomanias, contra o endividamento extraordinario da CMA, contra a centralizacao de recursos do municipio na cidade, contra as inumeras taxas e tarifas, criadas para pagar os emprestimos contraidos, para pagar os Elefantes do Presidente, etc, etc.
Abrantes ja' devia ter um Museu ha' muitos, mas muitos anos, mas sinceramente e' um dispendioso meio de guardar o expolio dos ilustres artistas e arqueologos.
Eu tenho pena das familias pobres, com filhos na escola, sem emprego ou recebendo pouco mais do que o ordenado minimo, dos pensionistas que com tao magras pensoes vivem uma vida de sacrificios e sao obrigados a pagar taxas e tarifas umas sobre as outras, para suportar os custos acrescidos da politica demagogica e de endividamento deste executivo. Coitados, que nao teem outro remedio.
Mas pronto nem tudo e' mau, veem ai uma serie de tachos, para aqueles que anseiam expandir a sua formacao academica e intelectual, esses nem querem saber de onde veem os sacrificios, esses so' querem saber do ordenado ao fim do mes pago por contribuintes, que na sua maioria nunca porao os pes no museu.
Por fim so' falta acrescentar, que se quer arte e cultura, mas nem pensar em grandes numeros de visitantes, a encher as ruas da nossa "amada" patria. Claro que esta ultima frase e' sarcastica. Nao levem a mal a minha frontalidade, porque esta e' a minha maneira de ser, se tiver de o dizer, digo e nao me importo de ser "persona non grata".

Saudacoes Tramagalenses

Luis Horta Ferreira

João Baptista Pico disse...

Não se irão ver visitantes a encher o Centro Histórico, na medida em que os acessos se fazem pelo lado sudeste ( Traseiras de S. Domingos), e como ainda por cima se implantam as caves enormes pelo actual estacionamento que servia o Centro Histórico,os estacionamentos de S. Domingos mesmo que repostos mais para sudeste, já não beneficiam de alguma ligação ao Jardim da República e às ruas circundantes.
Desta forema não só ficam o Centro Histórico isolado dos visitantes, como ainda os poucos visitantes e utilizadores da vivência cada vez mais diminuta do Centro Histórico perdem um apoio importante, que era esse mesmo estacionamento a que estavam acostumados.
Quem vem a sofrer e muito com essa situação será mais uma vez o comércio tradicional. Uma verdadeira machadada, para os comerciantes, senão mesmo a machadada final.
Quanto ao financiamento da obra, os contornos no QREN e nos apoios governamentais podem dar mais uma vez a desculpa que serviu ao Aquapolis e não espantaria ninguém que a sustentabilidade acabasse igual...
Repare-se em duas subtilezas: um dos galardoados da Gala da Antena Livre foi um dos coordenadores científicos do futuro museu, o que pode querer dizer algo mais e a Carta Arqueológica que em Dezembro se resumia a uns achados em três concelhos do Norte e a S. Facundo e Alvega ( eu estive a ouvir dois desses arqueólogos na Biblioteca Municipal)passou como que miraciulosamente em Março para as 19 freguesias.
Lembro-me de uma pergunta do Mário Rui da Tágide a querer saber quais os achados mais importantes de Tramagal e o dito arqueólogo balbuciar umas palavras gagas e acabar por falar em vestígios romanos. Pois claro, só faltava, que não existissem vestígios romanos por Tramagal, como por todo o concelho, pois os caminhos para o Castelo de Abrantes não se faziam pela A-23...
Convinha muito que Abrantes se declarasse um achado arqueológico monumental como "justificação" para o Museu...

Anónimo disse...

Caro Sr. Pico.
As suas preocupacoes sao legitimas em relacao ao comercio tradicional da cidade de Abrantes. Essas preocupacoes, sao partilhadas pelos comerciantes, que ao longo dos mandatos do presidente se foram desiludindo e de alguma forma alheando da politica seguida pela CMA. A prova esta' na reuniao convocada pela CMA, no passado Natal, a qual recebeu o completo desprezo por parte dos comerciantes. Como retaliacao, a CMA nao contratou nenhum grupo de animacao de rua, para abrilhantar a quadra festiva. Elucidativo.
A politica seguida por este presidente e os seus mais directos colaboradores, leia-se, ajudantes, foi ao longo de 15 anos, de introducao de taxas e tarifas, no sentido de aumentar a capacidade de endividamento do Municipio. Aumentando a capacidade de endividamento, cresceram as possibilidades de construcao de Elefantes presidenciais, que muito pouco beneficio trouxeram, aos pobres pagantes das mesmas taxas e tarifas.
Se isso nao fosse suficiente, as opcoes da CMA, para a localizacao de alguns dos seus Elefantes, revelam-se completamente desastrosas para a cidade. Dou um exemplo muito concreto: em todas as vilas e cidades de outros paises por onde passei e nao foram poucas, as Pousadas da Juventude onde pernoitei, localizam-se nos centros historicos e sao na sua maioria edificios ligados 'a tradicao arquitectonica local. Em Abrantes, deixaram-se edificios perfeitamente capazes de servir para o efeito em continuado estado de degradacao e construiu-se uma Pousada "moderna" ao lado da morgue do Hospital. Quero com isto dizer, que nao so' o local e' errado por afastar os utentes do centro, como tambem esta' localizada numa das traseiras da cidade. Este, e' apenas um exemplo das opcoes de esvaziamento do centro deste presidente, mas ha' mais, muito mais.
Nos meus tempos de estudante, a 2a Feira era um dia de azafama para a cidade. Depois, veio a determinacao em remodelar o parque de Sao Domingos, onde se gastram relativos milhares de contos na sua requalificacao. Com esta remodelacao, recambiaram o mercado para outra das traseiras da cidade e esta simplesmente morreu 'a 2a Feira.
Hoje, ve-se em andamento o projecto deste "monstro", percebe-se que o investimento feito ha' anos atras na remodelacao do parque de Sao Domingos, foi dinheiro mandado fora, sem grandes preconceitos.
Sendo a entrada do "monstro" virada para os "arrabaldes" do centro historico, concordo, que nao trara' muitas vantagens ao centro propriamente dito, acumulando com outra agravante que e' a perda do estacionamento, no actual parque. Mas penso que o pior sera' a deslocacao da Universidade para a futura "Cidade Universitaria", em Alferrarede. O centro perdera' outra mais valia, quica' a ultima. Nem tudo sera' mau, pois Alferrarede beneficiara' em muitos aspectos, no entanto esta deslocacao da Universidade e' mais uma enormidade e sera' o seguimento dos compromissos da "agenda".
Para terminar, penso que sei qual a razao da entrada do "monstro" se fazer nos "arrabaldes", do centro historico, e' que ao lado vai ser construida a nova sede do Municipio e assim o novo executivo nao tera' de se deslocar por dentro do vazio e triste centro historico, aquando dos cocktails nas inauguracoes das exposicoes itenerantes, dos ilustres artistas "amigos" da elite governativa do municipio abrantino.

Saudacoes Tramagalenses

Luis Horta Ferreira