19.2.09

Se não for assim digam. Não estamos para brincar com coisas sérias. Abril é já ali e não tem só dia 1.
Desde há muito que persigo os projectos da Ponte do Tramagal e do IC 9 Abrantes - Ponte Sor. Sem sucesso. Há pouco, seguindo pela EN118 a fora, pensando no que afirmou o Sr. Primeiro Ministro aquando da visita à Mitsubishi em Outubro: "é parte deste investimento público estatal o apoio à construção da ponte sobre o Tejo na zona do Tramagal, que permitirá a ligação do IC9 entre Abrantes e Ponte de Sor, garantindo que, após o estudo de impacto ambiental do projecto, o Ministério das Obras Públicas lançará em Abril próximo o concurso público para a construção do referido troço.", "hoje (27 Out 2008) será entregue o estudo de impacto ambiental do IC9 ao Ministério do Ambiente, sendo que espera em Abril de 2009 ter a avaliação concluída para se lançar o concurso de construção desta ligação", fui caminhando até ao Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, e na Agência Portuguesa do Ambiente fui informado que:
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Nome: IC 9 - Ligação entre o Nó do IP 6 (Abrantes) e o IC 13 (Proximidades de Ponte de Sôr) - Estudo Prévio
Número Nacional de AIA: 764
Número Interno do IAmbiente: 757
Concelho(s): Abrantes, Ponte de Sor
Autoridade de AIA: Direcção Geral de Geologia e Energia
Tipologia de Projecto: Vias de comunicação
Decreto-Lei: Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de Maio
Anexo: I
Número:
Alínea: b
Data de Início do Processo AIA: 30-03-2001
Data de Início da Consulta Pública:
Data de Fim da Consulta Pública:
Data da Decisão: 06-08-2001
Tipologia de Decisão: Encerramento do Processo
Resumo Não-Técnico: Informação não diponível online
Declaração de Impacte Ambiental: Informação não diponível online
Outros documentos:
Proponente: Instituto de Estradas de Portugal
Autor do EIA: TECNINVEST
Observações:
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Assim, sem mais nada, isto quer dizer o quê? Que em 19 de Fevereiro de 2009 o MAOTDR ainda não recebeu o estudo de impacte ambiental que lhe foi entregue em Outubro de 2008? Que houve uma adjudicação de um EIA em 2001, cujo processo foi encerrado sem qualquer decisão?

5 comentários:

João Baptista Pico disse...

Com papas e bolos se enganam os tolos é um ditado bem popular que os socialistas locais e nacionais muito usam...
Essa interrogações sobre o andamento da ponte do IC 9 mais reforçam as minhas preocupações sobre a grande utilidade dessa ponte para o Tramagal e mesmo para a cidade de Abrantes.
Interrogo-me, se essa não será a forma mais expedita de levar e trazer gente da Ponte de Sôr para Torres Novas e vice-versa?! Logo, afastar visitantes de Abrantes e de Tramagal...
Claro que muitos sentem dificuldade em fazer uma escolha mais racional diante da hipótese de ter uma grande ponte...
Todavia, a ponte já não deixa muita hipótese de penetração quer na cidade de Abrantes, quer na vila do Tramagal.
Depois a morosidade do seu projecto e execução e implantação no terreno, da mesma e dos acessos, ainda é mais inquietante.
Entretanto, uma pequena ponte do tramagal para Rio de Moinhos criava outra vivência entre as duas margens, proporcionando um inter-câmbio cujos efeitos ainda não ouvi desenvolver quanto merecia.
Finalmente, com a ponte do IC 9 , os automobilistas diante do desvio ou saída para o Tramagal, à distância, terão diante dos seus olhos um outro placard a anunciar a Ponte de Sôr a 20 km, o que faz logo pensar ao automobilista que serão 10 minutos mais e está numa sede de concelho...
Entre uma sede de concelho e uma vila, a opção do visitante será sempre o espaço mais à frente: o Alentejo!
O que não é nada agradável dizê-lo e muito menos aceitá-lo.
Uma "pequena" ponte, isso é obra que já devia estar há muito iniciada!
Sem essa "pequena" ponte a vila do Tramagal acaba cada vez mais isolada, quando tem espaços e equipamentos de animação que outros não têm.
Rio de Moinhos tem a gastronomia, mas não tem a vida nocturna animada, nem a consegue ter. Mas com a ponte mais terra a terra, a transformação era brutal e a cidade era só mais à frente...

Anónimo disse...

É TZ...é assim, infelizmente!

Roper disse...

Tantos anos estivemos a clamar/rogar por uma ponte que ligasse as duas margens que hoje corremos o risco de confundir uma simples ligação tipo 'a ponte é uma passagem, para a outra margem', com uma travessia tipo IC, que não era o que os tramagalenses reivindicavam inicialmente. Mas é uma ponte, vai unir as duas margens e, mais do que isso, vai colocar o Tramagal na rota das grandes acessibilidades, com tudo o que isso possa implicar, na questão do levar e do trazer. Esta questão que o ilustre Pico levanta tem a sua pertinência mas permita-me que lhe diga que, apesar de defender um estudo que demonstre quais os reais benefícios e onde e como se pode investir para aproveitar/potenciar este investimento, uma coisa esta anunciada ponte já trouxe: paz.
Paz a uma terra com cicatrizes por curar dos tempos da MDF, dos tempos dos salários em atraso, das greves, dos despedimentos, da falta de trabalho, de perspectivas, da fome... A Mitsubishi, com esta garantia do Governo na construção da nova travessia, afastou o cenário de uma possivel deslocalização. Pelo menos para os próximos anos. E, neste processo, o senhor e o seu partido, não andaram bem questionando o interesse do município em facilitar o acesso a novos terrenos para a expansão da empresa.

João Baptista Pico disse...

A Mitsubishi não afastou o cenário
de uma possível deslocalização ou de encerramento ou paralização temporária depois do anúncio da ponte feito pelo 1º ministro.
Aliás, depois desse anúncio é que nunca mais se deixou de falar de paragens laborais e de perspectivas negras.

As incertezas quanto a isso suceder - e desejo sinceramente que nada de mau aconteça nesse sentido, e quanto a isso ninguém deve ter gosto em que as coisas venham a correr mal - escapam à influência e à previsibilidade de quaisquer um de nós, pois insere-se numa crise muito vasta, onde o sector automóvel não está imune.

Portanto discordo da sua análise, pois não assenta em pressupostos realistas. A garantia não existe. Nada se sabe do que possa suceder dentro de dias ou semanas.
E tudo está em aberto.

Quanto ao "processo" que diz que o meu partido e e eu próprio não andei bem, "por ter questionado o interesse do município em facilitar o acesso a novos terrenos para a expansão da empresa", bastava usar as suas palavras para desmentir razoabilidade da sua observação.

Neste momento, se há coisa que a empresa não fala nem pode explicar ou fazer é da sua expansão.
Uma empresa que fixou imensas paragens de laboração, é porque não se pode dar ao luxo de continuar a produzir sem escoar a sua produção.
Logo o espaço para parqueamento da produção é questão arredada...
Em todo o caso, o terreno continua sob reserva da CMA. A todo o momento que a empresa faça saber de que vai mesmo expandir-se pode usar o terreno que se julgar necessário.
Porque sejamos claros, 6 hectares são demasiado terreno e neste momento, quando a CMA só disponibilizou para a ajuda social 50 mil euros no seu Banco Social, mal parecia que fosse dar sem quaisquer justificações mais credíveis, 6 hectares no valor de 250 mil euros...

Entretanto lembro-lhe o que se disse na Sessão de Câmara de 3 de Fevº, e o presidente não rebateu de que a empresa do hotel do Barro Vermelho já estaria com o terreno e o projecto do hotel à venda!
Então o terreno - um hectare- foi "quase dado" por 12.500 euros.
Será que a empresa o irá vender por esse mesmo preço, mais o custo facilitado do projecto?!

Depois, não esquecer a observação do administrador da Mitsubishi que não precisava do terreno para nada que se relacionasse com a "expansão da produção", porque bastava implementar os 3 turnos diários no espaço actual.
Eventualmente viria mais tarde a rectificar - o que vale o que vale como ajustamento - de quye adinal precisava de aumentar os balneários(?!)...
Convenhamos que 60 mil m2 são muito terreno para tudo isso e muito mais...
Mas se o senhor acha o contrário, está no seu direito de pensar assim.
Porém, se estivesse num cargo de chefia e cedesse a toda a gente dessa forma, não haveria dinheiro nenhum deste mundo que lhe chegasse...
Tão simples quanto isso...
Em resumo, nem a crise passou, nem a expansão da empresa parece iminente. O terreno está lá. E deve continuar lá na posse da CMA, até prova em contrário.
Ninguém ainda ficou prejudicado, como vê. Se estivesse já escriturado em nome da Mitsubishi, nesse caso com tantas incertezas é que era caso para dizer, que nem passas nem dinheiro...

A ponte do IC 9 pode vir. Mas eu não fico satisfeito só com ela. E o tempo virá dar-me razão.
Uma ponte mais simples pode servir muito bem para os chamados "gastos de casa"...

Venha o que vier no futuro, Tramagal não pode ficar mais isolado. Nem deve continuar a chorar o isolamento, de costas voltadas para o rio Tejo, que lhe pertence por inteiro...
Não é uma maldiçaõ ter o rio Tejo. A maldição foi o Tramagal ter-se conformado há muito, que para sair de onde está até à cidade, teria sempre que passar por 7 km de curvas que toda a gente repudia.

Abrantes Popular disse...

Só mais isto que escapou na questão da ponte: a A-23 está sempre "perto", quer se suba pela IC 9 ou se desça pela Barca direito a Rio de Moinhos e Montalvo...
Com a vantagem desta última, fazer melhor a articulação funcional de toda a vila do Tramagal com o seu exterior na margem oposta.
Tramagal visto de Rio de Moinhos é já ali. Se tiver a segunda, pois que venha...
Mas é bom não esquecer, que a ponte do IC 9 não é feita a pensar no Tramagal. Falaram dela no Tramagal, o que é bem diferente.
A outra ponte poderá ser a efectiva ponte de proximidade. E neste momento, com as características do tramagal interessa mais é a proximidade. Isolamento já chega o que houve até aqui...