9.4.07

Pelo que sei a população uniu-se para ajudar..

Incêndio em Tramagal destrói habitação a casal de idosos

O fogo destruiu completamente uma habitação em Tramagal, na noite da passada sexta-feira, dia 30 de Março. Um casal de idosos ficou desalojado e conseguiram sair de casa com a ajuda de vizinhos. Saíram ilesos mas apenas com a roupa que usavam.

Pouco passava das 23 horas de sexta-feira, dia 30 de Março, quando as chamas devoraram todos os pertences de uma vida. Uma habitação, junto da Igreja de Tramagal, foi inteiramente consumida pelo fogo. Deolinda e João Carreiro, 74 e 75 anos respectivamente, ficaram apenas com a roupa que vestiam. Já há alguns dias que a televisão não funcionava bem, queixou-se Deolinda Carreiro, mas nada fazia prever que houvesse algum problema na instalação eléctrica. “Foi tão rápido que só pode ter sido um curto circuito”, afirmou a idosa. João Carreiro já se encontrava na cama. Deolinda ficou a ver televisão. Desligou o aquecedor, levantou-se para ir à casa de banho, nas traseiras da casa, mas já lá nem chegou. “Ouvi um estouro e, quando me virei, já estava tudo a arder”, explicou Deolinda. A avançada idade da habitação e o facto de ter muita madeira no interior levou a que depressa tudo fosse consumido. As chamas eram muito altas e o telhado abateu completamente. O pânico tomou conta dos moradores e dos vizinhos, alertados pelas chamas. A habitação é ladeada por outras habitações e o medo de que alastrasse esteve sempre presente. João Carreiro saltou pela janela do quarto, despido e descalço. Foi um vizinho que o ajudou, pois sozinho, não conseguiria, visto ter sido sujeito a uma intervenção cirúrgica à coluna vertebral. Deolinda Carreiro já não conseguiu atravessar a casa. Fugiu para o quintal e, não fosse uma escada junto ao muro, com cerca de 1,50 metros, e a vizinha do lado que a puxou, não conseguiria transpor tal obstáculo. Mas em Tramagal ouviram-se críticas à actuação dos Bombeiros, relativamente ao tempo que demoraram a chegar ao local do sinistro. “Demoraram mais de 40 minutos”, ouviu-se algumas pessoas comentarem na rua. O casal também confirmou a demora dos meios de socorro. A afirmação do atraso dos bombeiros é contestada pelo Comandante dos Bombeiros Municipais de Abrantes, visto o primeiro alerta ter caído no quartel às 23 e 25 horas. De imediato foram accionados os meios e, às 23 e 31 horas, dois carros de combate a incêndio e uma ambulância terem seguido para o local. Foram ainda accionados meios das Corporações de Constância, Sardoal, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha, num total de doze veículos, entre carros de combate a incêndios, viaturas tanque e duas ambulâncias. Envolvidos nesta ocorrência estiveram 36 bombeiros. Devido ao facto de existirem dois desalojados, foi accionado o Serviço Municipal de Protecção Civil. Nessa noite, o casal de idosos foi acolhido em casa de vizinhos. “Perdemos tudo. Nós só queremos uma casa. Roupas e outras coisas eu sei que as pessoas nos vão dar, como já deram, mas o que não temos é a casa”, lastima-se Deolinda Carreiro. Ambos são doentes e a vida não está fácil para ninguém. João Carreiro preparava-se para ir ao médico, a Lisboa, e tinham tirado do banco o dinheiro para o tratamento. Exames médicos e o dinheiro, arderam. “Perdi todo o ouro que tinha de solteira”, diz Deolinda. A Segurança Social também foi contactada e espera-se agora uma resolução quanto ao sítio onde colocar o casal Carreiro. Tudo o que tinham, perderam no incêndio. Os Bombeiros estiveram no local mais de três horas até o fogo estar extinto.

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