30.9.23
BICAS
"(...)Suave murmurou:
levo-te,
homem,
a minha casa
para aprenderes a ser mulher.
Que nenhum outro fim
a casa tem."
Mia Couto
26.9.23
3.9.23
Na linha do horizonte
“ …A casa vê-se de longe porque é branca
Mas sombrio
É o quarto atravessado pelo rio.
(…)”
Sophia
de Mello Breyner Andresen
19.7.23
PRIMUS INTER PARES
"Uma árvore recém-plantada pode ser arrancada por apenas um homem. Tempos depois, dez não a removerão. Dá tempo ao tempo."
23.6.23
Banco do "jardim"
Os bancos de jardim. São, camas, casas, mesas, meditação, poiso de bicharada, obras de arte, solidão, leituras, amizades, amores, encontros, descanso, sombra, contemplação, brincadeira, tanta coisa. Nos jardins, onde a natureza ordenada encontra a outra, a selvagem. Onde nos sentimos bem.
15.6.23
Mirante
Ao longe, ao luar,
No rio uma vela,
Serena a passar,
Que é que me revela ?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça ?
Que amor não se explica ?
É a vela que passa
Na noite que fica. (F.P.)
5.4.23
TEJO
Tejo que levas as águas
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar
Lava-a de crimes espantos
De roubos fomes terror
Lava a cidade de quantos
Do ódio fingem amor
Lava bancos e empresas
Dos comedores de dinheiro
Que dos salários de tristeza
Arrecadam lucro inteiro
Lava palácios vivendas
Casebres bairros da lata
Leva negócios e rendas
Que a uns farta e a outros mata
Leva nas águas as grades
De aço e silêncio forjadas
Deixa soltar-se a verdade
Das bocas amordaçadas
Lava avenidas de vícios
Vielas de amores venais
Lava albergues e hospícios
Cadeias e hospitais
Afoga empenhos favores
Vãs glórias, ocas palmas
Leva o poder dos senhores
Que compram corpos e almas
Das camas de amor comprado
Desata abraços de lodo
Rostos corpos destroçados
Lava-os com sal e iodo
Tejo que levas as águas
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar.
12.2.23
'Oiro da casa'
“Há muitas coisas que percebo que não sou, mas dizer exactamente o que sou não consigo. Tento, dia a dia, ganhar o título de ser uma pessoa. E já não é pouco.” J.L.P.
7.2.23
Alçado Principal
“… Na velha casa
Entram os novos moradores.
Se os que a construíram ainda lá estivessem
A casa seria pequena de mais.
Entram os novos moradores.
Se os que a construíram ainda lá estivessem
A casa seria pequena de mais.
Já ninguém o conhece. O lavrador
Não reconhece a broa de pão.
Da noite que apaga os rastos, o homem de manhã?...”
BERTOLT BRECHT
27.1.23
Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
"assinalar mais um aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau constitui um imperativo para todos os defensores dos valores da liberdade, da dignidade do ser humano e da tolerância, assumindo em 2023 particular importância face à crescente banalização da violência" M.R.S.
25.1.23
VIAJAR
Viajar é correr mundo,
voar mais alto que os pássaros
ou pisar o chão da Terra
ou as ondas do Mar Alto...
É ver bichos
de muitas cores e feitios,
montanhas,
rios,
e ribeiros
e pessoas
e lugares...
Conhecer e descobrir,
inventar e duvidar,
sabendo cada vez mais,
sem nunca pensar que basta
o mundo que se conhece.
E alargá-lo com amor
dentro de nós e dos outros. (Alves Redol)
22.1.23
20.1.23
Ícone
Sê paciente; espera que a palavra
amadureça
e se desprenda como um fruto ao
passar
o vento que a mereça. E.A.
13.1.23
»Perhaps«
“… Património é tudo aquilo que pertence a uma região. É
a herança do passado e o que o povo cria hoje. É obrigação de todas as pessoas,
preservar, transmitir e deixar todo esse legado às gerações vindouras…”
3.12.22
17.11.22
Cinzentos
(...)"Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço"(...) JM/RV
13.11.22
CHURCH
"A Bíblia não manda que os pecadores procurem a igreja, mas
ordena que a igreja saia em busca dos pecadores." B.G.
8.11.22
2.11.22
Quem o viu, quem o vê...
"Veja o mundo num grão de areia,
veja o céu em um campo florido,
guarde o infinito na palma da mão,
e a eternidade em uma hora de vida!" W.B.
16.10.22
(So´) calçada
(...) Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada. (...) A.G.
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